A Campanha Despejo Zero lançou nesta sexta-feira (04/09) a primeira sistematização de dados sobre despejos e remoções no território nacional.

Tratam-se de casos de despejos, remoções e ameaças de remoção no período de março a agosto de 2020 levantados por meio de formulário online, coletas junto aos movimentos, entidades e organizações envolvidos na Campanha e bases de dados vindos do Observatório de Remoções e das Defensorias Públicas.
  
Foram identificados mais de 30 casos de despejos durante a pandemia, atingindo mais de 6.373 famílias. Mais de 50% dos casos ocorreram em São Paulo, com despejos contabilizados também no Amazonas, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina e Sergipe. A principal justificativa alegada foram as reintegrações de posse e conflitos com proprietários, assim como impacto devido a obras públicas.
  
Até o momento, a Campanha Despejo Zero contabiliza também 85 casos de ameaças de despejo, impactando mais de 18.840 famílias. Neste ponto, a maioria dos casos também se concentra em São Paulo, seguido por Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, Santa Catarina, Pernambuco, Maranhão, Ceará, Tocantins, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Paraíba, Pará, Mato Grosso, Distrito Federal e Amapá.
  
Ainda que se tratem de números alarmantes, sabe-se que são subdimensionados, já que os processos de despejo são historicamente e sistematicamente invisibilizados, havendo um grande desafio em mapeá-los e identificá-los, fazendo com que o problema seja ainda mais grave.
  
Foram levantados também 6 casos de despejos suspensos devido à pandemia, nos estados do Amazonas, Bahia e São Paulo. Nestes casos, sabe-se que houve grande mobilização e pressão popular para que eles fossem de fato suspensos.
  
Seguimos monitorando e incidindo para que a política no Brasil seja pelo DESPEJO ZERO, em defesa da VIDA e da DIGNIDADE das nossas famílias.
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