Minha Ilha Fotografo Eu é a exposição que será aberta às 19 horas desta segunda-feira (17/10) na Galeria Clébio Sória, térreo da Câmara Municipal de Porto Alegre. Compõem a mostra fotografias feitas por moradores da Ilha Grande dos Marinheiros, na Capital, em um projeto coordenado pelo Centro de Direitos Econômicos e Sociais (CDES).
Os organizadores do evento dizem que a comunidade do Bairro Arquipélago tem enfrentado dificuldades com as obras da Nova Ponte do Guaíba. Por isso, a ideia central foi fazer com que os próprios moradores fotografassem a Ilha, suas casas, seu cotidiano e aspectos de sua identidade para mostrar o quanto aquele lugar pertence a eles. As imagens foram feitas de maio a julho de 2016 com câmeras arrecadadas entre amigos do CDES.
Os ensaios fotográficos também resultaram em um livro, com o mesmo nome da exposição, que reúne as imagens obtidas pelos moradores e depoimentos sobre elas. A obra será lançada na abertura do evento na Câmara Municipal (Avenida Loureiro da Silva, 255). A mostra poderá ser visitada até 4 de novembro, de segundas a sextas-feiras, das 8 às 18 horas, com entrada gratuita. Apoio do gabinete do vereador Marcelo Sgarbossa (PT) e da Seção de Memorial. Informações: (51) 3220-4318.
Luta por direitos
O CDES foi criado em 2001 no I Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. Desde o início, a organização não-governamental atuou na defesa e na promoção dos direitos humanos, realizando trabalhos e atividades de inclusão social e assessorando política e juridicamente iniciativas de luta pela moradia na capital gaúcha e no Estado, como movimentos sociais, cooperativas habitacionais, associações comunitárias e de bairros.
Conforme o CDES, já é possível ver as bases da Nova Ponte do Guaíba, porém, até agora, não foi dada solução para as cerca de mil famílias que terão de ser reassentadas – residentes na Ilha Grande dos Marinheiros, na Ilha das Flores e nas vilas Tio Zeca e Areia. “As pessoas atingidas vivem, portanto, vendo a ponte ser construída e crescendo na sua direção sem que saibam qual será o seu destino, qual a política habitacional e até mesmo sem entender por que devem sair de suas casas”, lamenta a entidade em seu site
Diante dessa realidade, o CDES, juntamente com os moradores atingidos pela Nova Ponte do Guaíba, decidiu contar um pouco como é a vida de quem vive em uma das comunidades atingidas pela mega-obra. Para o CDES, o livro e a exposição são, sobretudo, “um grito por direitos, um grito por existir, um grito por dignidade, um grito pelos filhos, um grito pelos pais, um grito pela cidade, um grito pela cidade, um grito pela Ilha”.
Texto e edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)
Fonte: http://www.camarapoa.rs.gov.br/noticias/moradores-da-ilha-dos-marinheiros-exibem-fotos-e-lancam-livro